segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

GOLD COAST #2

"The kangaroo is an unofficial symbol of Australia and appears as an emblem on the Australian coat of arms and on some of its currency and is used by some of Australia's well known organisations, including Qantas and the Royal Australian Air Force."


Hoje o dia começou cedo. 5h30 e eu e a Madalena estávamos a sair do hostel para cumprir com a promessa que tínhamos feito na noite anterior. Ver um nascer do sol em Surfers Paradise. Quem não colaborou muito foi o céu. Mas uma segunda dose já está agendada para o dia de amanhã.


Não deixámos de aproveitar a praia quase deserta para tirar fotografias e apreciar o calor que já se fazia sentir. Ainda assim, ainda não ganhámos coragem para dar o nosso primeiro mergulho nestas águas.

Quando chegámos ao hostel já devia passar um pouco das 6h30 da manhã pois não esperámos muito até o nosso amigo indiano abrir a porta para a zona comum.
Depois das habituais chamadas para casa, eu e a Madalena tivemos de acordar e arrastar os rapazes para só por volta das 9h30 conseguirmos tomar o pequeno-almoço.

Como já disse antes, não se vêem muitos cafés por aqui. Mas hoje demos com um super engraçado, moderno e acolhedor, que para nós reflete a 100% o estilo de culinária e restauração australianos. Chamava-se Surf City Cafe e ficava na avenida principal de Surfers Paradise. O Leo e o Pedro continuaram a aposta em pequenos-almoços australianos recheados com ovos estrelados e bacon. Eu tentei comer o que pediria em casa, uma tosta de queijo e, em alternativa ao café expresso, um latte. A Madalena, ainda traumatizada pelo episódio das maçãs, apostou num pequeno-almoço forte na glicose: um muffin de framboesa com chocolate branco. 



Estávamos a falar entre nós e a decidir se achávamos caro quando de repente os donos começaram a falar português do Brasil. Foi a segunda vez que isso aconteceu por aqui. A primeira foi com o pizzaiolo no Vapiano.

Depois de um mega pequeno almoço que acabou com a promessa de voltarmos no dia seguinte, seguimos para a nossa missão de ir visitar os coalas e cangurus nativos.


Voltámos ao posto de informações. No dia anterior tínhamos perguntado à mesma senhora o que é que nos recomendava e esta orientou-nos para visitas diárias caríssimas e pouco atrativas. Hoje começou a disparar montes de praias, miradouros e lugares para visitar a que tínhamos acesso com o nosso passe diário para transportes públicos (que comprámos por 10AUD). Além disso avisou-nos que se queríamos garantir transporte para Byron Bay amanhã, devíamos ir tratar hoje disso, sob pena dos escritórios dos autocarros estarem todos fechados ao Domingo.

Regressámos ao mercado "alternativo" de ontem, onde fica também a paragem de autocarro principal desta cidade. Falámos com meia dúzia de agências de transportes e dadas as nossas limitações de tempo, estava complicado arranjar transporte que compensasse a nossa estadia em Byron.

Num acesso de loucura, ALUGÁMOS UM CARRO.

Para quem está por Portugal pode não parecer nada demais. Mas primeiro: nenhum de nós tem mais de 20 anos (e a idade legal para alugar um carro aqui é 25; 21 só com muito esforço), e, em segundo lugar, nenhum de nós adquiriu ainda número nacional, portanto não temos acesso à internet ou a GPS quando circulamos fora dos hóteis (se nos perdermos, perdemo-nos só) e por fim o claro factor de que aqui se conduz ao contrário e nunca nenhum de nós teve essa experiência na estrada.

Ainda estou um pouco reticente quanto à ideia. Mas amanhã ficaremos a saber quão boa (ou má foi). O carro que nos calhou também é um must, mas prefiro não revelar já essa pérola, sob a pena de o senhor ainda mudar de ideias. Só digo que vamos passar o dia dos namorados em grande estilo.

Autocarros marcados e carro reservado, significava uma coisa: tempo de nos fazermos à estrada para irmos ver os nossos australian mates

Originalmente tínhamos pensado ir a Pine Lane, porque é segundo o Guiness World of Records, a maior e mais antiga reserva de cangurus da Austrália, mas fomos surpreendidos pela desagradável notícia de que essa reserva ficava em Brisbane e nós já não teríamos tempo de a visitar quando voltássemos. 

Coalas são coalas, e a senhora do ponto de informação disse nos que a reserva local de Gold Coast era tão boa ou melhor por isso decidimos seguir para o Currumbin Wildlife and Bird Sanctuary


Mais uma vez, sempre acompanhados por chineses (desculpem, mas pela quantidade de famílias numerosas e grupos de amigos que mais parecem turmas de primária eu acho que começa a ser razoável chamar-lhes uma praga), apanhámos o Tram e o autocarro que nos deixou mesmo à porta.

Grande maioria das placas e mapas vêm com tradução para chinês.

Já tínhamos os bilhetes comprados (25AUD cada um) e por isso foi só entrar. E claro está, êxtase total. Eu e a Madalena perdemos logo a cabeça. Ao fim de 5 minutos já tínhamos comprado a fotografia (23AUD, ou seja, o preço de outra entrada no parque) com o coala e estávamos na fila. 
São o animal mais ternurento e querido de sempre (quando não decidem andar à bulha como estes aqui - esta viagem resultou numa grande pesquisa prévia que me fez ver os vídeos e fotografias mais aleatórios sobre este país)!!!


Depois da fotografia estivemos à vontade, meia hora só a admirar os coalas. Coçavam-se, comiam e saltavam! Pareciam mesmo ninjas porque saltavam sempre quando menos esperávamos! 


Continuamos a explorar o parque. Tinha todos os animais típicos e atípicos daqui. Tudo do mais venenoso e extremamente perigoso como é publicitado para o resto do mundo. Cobras, aranhas, marsupiais e crocodilos. Vimos um pouco de tudo. 



Dada a falta de opções acabámos por ter de almoçar fast food num dos food courts do parque.


Os australianos têm por cá um pássaro ao qual já demos muitos nomes: gaivota australiana, pombo australiano, pavão australiano... Acumula um pouco a função dos três e nós ainda não conseguimos descobrir o real nome do bicho. Mas é tão chato e inconveniente que na zona das refeições existia uma bisnaga de água propositada para os conseguir afastar das mesas.



O segundo momento alto do dia foram, claramente, os cangurus (!!!), que andavam à solta numa zona do parque e por isso estávamos à vontade para os alimentar e tirar fotografias (a Madalena tirou selfies, inclusive; vejam o instagram dela aqui). 
Estes eram super amistáveis mas acredito que into the wild a história seja um pouco diferente. 


Vistos, fotografados, abraçados e acarinhados os dois animais mais irónicos deste país, arrancámos rumo a uma das afinal 300 praias que tínhamos para ver. Apanhámos o mesmo autocarro que na vinda e saímos na estação que ficava mesmo em cima da primeira que nos tinha sido indicada. 


Basicamente, um pequeno paraíso na foz de um rio: praia nas duas margens, uma ponte, o mar e uma floresta. A senhora do ponto de informações disse-nos que casais se casavam ali. Não sei se algum dia gostava de me casar, mas se fosse ali, naquela praia, tenho a certeza que não me importaria.



Cometemos o erro de vir sem toalhas para não andarmos carregados durante o dia, mas isso não impediu que eu e a Madalena aproveitássemos o sol enquanto o Pedro e o Leo davam os seus mergulhos. 


Os rapazes abandonaram-nos um bocad(ã)o para ir explorar o fim da praia cheia de rochedos, banhados de floresta de um lado e mar/rio do outro. 

Que fique aqui assente que as princesas desta viagem são o Leonardo e o Pedro. Quem acaba sempre por ficar à espera sou eu e a Madalena, que nos arranjamos em menos de um quarto de hora. Já sabemos que se eles vão ao quarto buscar uns calções ao quarto, é meia hora perdida garantida. Ou é porque queriam carregar o telemóvel, ou porque o Leo adormeceu, há sempre uma desculpa. E por isso, o pequeno passeio deles, como era expectável, acabou por se alargar (demasiado).

Eu e a Madalena já estávamos a fritar a pipoquinha, porque podia efetivamente ter-lhes acontecido alguma coisa. Mas ao fim de meia hora ouvimos um assobio vindo do meio da floresta e lá estavam eles num trilhozinho qualquer. Amuámos e dissemos que se eles tinham ido, nós também tínhamos direito. Então seguimos caminho até ao outro lado da mini-península (que era nada mais do que Burleigh Head National Park), para encarar Surfers Paradise de outra perspectiva. 




No caminho vimos corredores, um casal de noivos a ser fotografado e surfistas. Finalmente, os surfistas! Afinal não é mito e eles existem (e recomendam-se) mesmo por estas bandas. Desciam as rochas e saltavam os rochedos para entrarem na água.

(Tomara que fossem todos como este).

Chegámos ao outro lado e demos com um miradouro em cima do parque de estacionamento dos surfistas. Estava todo um grupo de pessoas a admirar as ondas e a vista com os arranha-céus. Surfers Paradise em todo o seu esplendor.


Decidimos evitar o caminho que tínhamos feito e seguir por um trilho que nos levava a um plano mais alto. A vista, mais uma vez, não desiludiu. Mas estávamos todos sem bateria e/ou sem espaço nos telemóveis para fotografias.

Quando chegamos à paragem de autocarro eram quase 18h e por isso chegámos ao hotel pelas 19h. Mortos de cansaço. (Então eu e a Madalena, acordadas desde as 5h, estávamos capazes de adormecer no sofá.)

Estamos todos um pouco fartos de comer sempre fast food ou derivados, ainda assim, eu e a Madalena já não aumentávamos as nossas pernas por isso decidimos que íamos só atravessar a rua para comer Subway outra vez. Felizmente, o Subway é ladeado por um restaurante japonês que serve sushi. E eu e os meus impulsos aliados à minha bipolaridade, revoltámo-nos e exigimos mais para nós próprios. Entrámos no japonês e encomendámos, sem remorsos e sem pensar muito na carteira.




Acabou por se revelar uma refeição acessível. Estou na Austrália, a encomendar sushi numa avenida que fica em cima do mar, por isso não posso esperar milagres, mas sinto que acabei por pagar um preço justo. Dois aburis de salmão, quatro hot rolls de salmão e cream cheese e seis makis de salmão ficaram-me em 13,20 AUD (=8,32€) .

(Sei que não parece ter bom aspecto mas para quem só tem comido hambúrgueres e pizza soube-me ridiculamente bem).
Comemos que nem rainhas no chão da nossa varanda e rendemo-nos ao nosso beliche em menos de três tempos. Já sabíamos que iríamos acordar cedinho no dia seguinte.

J
13 Fev 16

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