domingo, 21 de fevereiro de 2016

BYRON BAY #2

"You can sum up Australia’s easternmost town by saying it’s a melting pot of surf culture, alternative philosophies and hedonistic indulgence."

O segundo e último dia em Byron foi passado num registo muito descontraído. 

Acho que foi o dia em que acordámos mais tarde. Por acordámos, entenda-se acordaram porque eu sou sempre a primeira a acordar e normalmente a última a adormecer. 

Combinámos que o dia iria ser mais calmo e passado na praia. Saímos para tomar o pequeno almoço pelas 10h. Passamos por um supermercado para comprar protetor solar e água. 

Pode ser da minha cabeça mas tudo na Austrália é mais colorido. Os australianos são um povo tão feliz e simpático que não faria sentido outra coisa. Mesmo assim não consigo deixar de ficar surpreendida sempre que entro numa loja e encontro frases motivacionais ou murais/quadros super coloridos. Aqui até as garrafas de água são mais bonitas.


Despachados do pequeno-almoço que não foi além de uma sandes comprada na rua, demos uma volta para reconhecer o centro que tínhamos visitado na noite anterior. 


Nessa visita acabei por romper as minhas havaianas azuis. Confesso que não fiquei muito decepcionada pois o que não faltavam era lojas de surf e chinelos por onde escolher. Entrei na Volcom e comprei uns por 30AUD. E foi assim que fiquei a saber que o meu número de calçado australiano é o 9. 


Para acedermos à praia optamos, ainda que já tivéssemos feito o check out, pelo trilho a partir do portão do hostel. 


A caminhada até à praia pela vegetação não durou mais que 5 minutos.


Demos com o areal praticamente deserto, e algumas ondas com surfistas. A maré estava a encher. 

Estendidas as toalhas foi altura para o primeiro mergulho do ano e primeiro mergulho no Pacífico.
Ambos não ficaram aquém das expectativas. O mar estava à vontade a uma temperatura de 25ºC. Algumas ondas, rebentação e corrente mas nada que nos impedisse de nadar e aproveitar. 


De regresso à toalha, não passou muito tempo até que estivéssemos totalmente secos de novo. Encharcamo-nos em protetor solar mas mesmo assim o Sol australiano foi mais forte e pela hora de almoço já todos tínhamos e sentíamos cada um o seu escaldão. Surpreendentemente, penso que fui a que menos sofreu deste mal. 

Para evitar continuar a exposição ao sol, voltamos ao hostel para relaxar um bocado na sombra dos baloiços e para decidir o que faríamos a seguir. 





Concordámos em ir almoçar ao centro e depois visitar o farol. Para o almoço já tínhamos boas referências sobre o Byron Fresh Café e por isso não perdemos muito tempo a escolher. 

(da noite anterior)



Aconteceu-me a situação mais caricata neste restaurante. O menu apesar de diferente e original era de difícil compreensão. Os hambúrgueres e os "rolls" (o que quer que isso seja) estavam na mesma lista e eu que queria um hambúrguer só com ovo estrelado, vi uma opção no menu que dizia "bacon, ovo e alface" então pedi para retirarem o bacon e a alface. A senhora olhou para mim com um ar de "esta só pode estar maluca", e eu disse-lhe que era isso mesmo que queria. Ela ainda me advertiu "It's just cause you're paying the whole thing", e eu "Yeah, I know! No problem!". Assim que entregamos o menu o Leonardo comenta que a maioria dos hambúrgueres eram vegetarianos. Eu não tinha visto isso em lado nenhum e comecei a panicar um pouco porque não fazia ideia do que tinha pedido.

Pegámos no menu da mesa ao lado e fiquei a saber que tinha pedido um roll em vez de um hambúrguer e fiquei só à espera para ver o que de facto iria ser o meu almoço. 

Risada geral quando chega o meu prato e vem só o pão de hambúrguer com um ovo estrelado. Sem hambúrguer. Chorei um pouco por dentro e procurei conforto no meu pobre prato. 


O Leonardo e o Pedro comiam hambúrgueres fartos com batatas fritas mas o meu roll nem a isso tinha direito. 

Valeu-me o pão de alho como entrada e as batatas doces com aioli que comi no fim. 




Foram provavelmente os 14AUD mais mal gastos desta viagem mas deu para tirar a lição de que devo andar mais atenta ao que faço e ler tudo como deve ser. 

Ainda não saciada, foi a desculpa perfeita para voltar à creperie do dia anterior. Para fingir que ainda me preocupo com a linha e a dieta, dividi com o Pedro. Mais uma vez, o crepe não desapontou e eu sei que vou ter de voltar a Byron para comer aquele crepe mais uma vez.


Fartos de comer, voltámos ao hostel para ir buscar o carro e dar um pulinho ao farol. Por esta altura já estava a ficar um pouco stressada de tempo. Eram quase 16h quando chegamos ao farol e tínhamos de estar na Gold Coast às 17h/17h30 para entregar o carro e apanhar o autocarro. Eles fizeram questão de subir e eu acompanhei-os. 

Chegados ao Farol, pagamos 8AUD de parque de estacionamento para ficar por lá nem meia hora. Mas a vista e o sítio em si acabaram por compensar ainda que tivéssemos falhado a visita do dia ao interior do farol. 




Descobrimos que nos encontrávamos na ponta mais oriental da Austrália (a Nova Zelândia fica ainda mais para Oeste). Ou seja, um equivalente ao Cabo da Roca mas orientado para o outro lado e com vista para o oceano Pacífico. 


Finda a visita, pé no acelerador para a Gold Coast. Inicialmente tínhamos decidido que a condução ia ser repartida mas como eu até lhe ganhei o jeito e já estávamos todos minimamente confiantes na minha condução, fui eu mais uma vez ao volante. 

O cansaço da praia e do dia anterior estavam a querer levar a melhor de mim. Tive mesmo de me concentrar para não adormecer. No banco de trás ainda houve algumas sestas da Madalena e do Leo. O Pedro que também estava a acusar o cansaço fez um esforço para não me abandonar e certificar-se que eu não adormecia. 

Chegámos mesmo em cima da hora. Ainda tivemos de parar para pôr gasolina (se calhar era gasóleo, não faço a mínima ideia mas era o combustível número 91). Nem tentámos limpar o carro, usámos o limpa para-brisas propositadamente pela primeira vez (com o volante ao contrário, os manípulos do pisca e do limpa para-brisas também são invertidos).

Às 17h45m em ponto chegou o nosso autocarro. Optámos pela greyhound por ter a partida mais tardia para Brisbane, nem fizemos questão de comprar preços. 

O autocarro era excelente e bateu qualquer uma das duas viagens feitas pela Emirates. Bancos almofadados, super confortáveis e espaçosos. Wi-Fi gratuito e a funcionar a bordo. Ar condicionado e uma condução muito tranquila. Ainda dormitei um pouco por isso nem tenho noção do tempo que demoramos mas diria que não ultrapassou uma hora e meia.

De volta a Brisbane, apanhámos um táxi para o mesmo hotel em que tínhamos ficado hospedados na primeira noite e onde as nossas malas nos aguardavam há 5 dias. Felizes da vida por termos uma casa de banho privativa (sem o risco de accionar o alarme de incêndio) e lençóis lavados nas nossas camas king-size. 


O Leo e o Pedro foram uns queridos e foram buscar McDonald's ao outro lado da rua para nos trazerem o jantar à cama. 

Eu, ainda cansada de toda a condução do dia, ignorei a organização das malas para o voo do dia seguinte e adormeci que nem uma pedra.

J
15 Fev 2016

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