sábado, 26 de março de 2016

Three, two, one... Go! - NEVIS BUNGY

(Sim, sou eu!)
"For many visitors, bungy jumping in New Zealand has almost become a rite of passage, that they take that heart-stopping leap of faith while they're here."

De volta a Queenstown

Acabei de começar a Mid Semester Break (da melhor maneira) e vou estar 10 dias a passear pela ilha Sul, a acampar e com acesso muito limitado à internet, mas........... estas tive de vir aqui partilhar.

NEVIS BUNGY QUICK FACTS:

134 metros de altura

Bungy mais alto da Nova Zelândia

8.5 segundos de queda livre











Pós-salto 
 Foi de outro mundo e agora só penso que tenho de repetir!



segunda-feira, 21 de março de 2016

Fim de semana #2 - Mt. Roy, Wanaka e Queenstown

O meu primeiro fim-de-semana de aventura começou cedo. Na noite anterior (depois das compras no supermercado) estava exausta para preparar a mochila e por isso optei por madrugar na sexta-feira, o nosso dia de partida.

Às 7h, a Molly, a Orla e a Olivia saíram com destino ao aeroporto para irem buscar o carro que tínhamos alugado. O plano era saírmos do nosso complexo por volta das 8h. Acordei demasiado cedo, pois a essa hora já tinha tudo preparado e estava no chão do meu quarto a fazer tempo quando recebi uma mensagem.

Vinha direta de Barcelona e era a minha madrinha de praxe, a Tamara, que tinha 15 minutos para submeter um assignment no moodle da Nova SBE mas não estava a conseguir. Foi preciso o assignment chegar à Nova Zelândia para dar entrada nos servidores do moodle. As aventuras começaram cedo nessa manhã.

Uns 5 minutos depois recebi uma mensagem da Molly "Just about back". Eu e a Evie começámos a carregar as nossas mochilas e sacos-cama para a entrada do complexo quando chega um Holden Barina (marca que eu desconhecia até ao momento) com as nossas três companheiras de viagem.


O carrinho de caixa de mudaças manual e três portas que tínhamos alugado sofreu um alto(ooo) upgrade. Segundo a Molly, o recepcionista achou-lhes muita piada e deu-lhes este brinquedo para o nosso fim-de-semana, com caixa automática e ligação USB/Bluetooth aos nossos telemóveis (claro que o meu entusiasmo foi para os gadgets e acessórios do carro, de cavalos e motor percebo pouco ou nada).

Encaixámos tudo na mala (gigante) do carro e em três tempos fizémo-nos à estrada. Destino: Wanaka.

WANAKA

"With stunning alpine surrounds, Wanaka is a magnet for those wanting a truly authentic outdoor experience."


O tempo de viagem passou num instante connosco a testar as colunas e os sistemas eletrónicos do carro. Ao meio dia estávamos a almoçar à margem do lago Wanaka como tínhamos planeado.
Os nossos timings estavam no ponto, pois o trilho a que nos tínhamos proposto tinha uma duração estimada de 5 a 9 horas e partir muito tempo depois da hora de almoço podia comprometer a nossa subida até ao pico.

Acabadas de almoçar, abastecemo-nos de água nas casas de banho públicas pelo caminho e seguimos até à base do nosso trilho, que ficava nem a 10 minutos do sítio onde tínhamos almoçado.

MOUNT ROY


Chegadas à base, olhei para o topo. Estremeci por dentro porque tinha a certeza que nunca chegaria lá a cima. Além do stress que foi perceber a distância que havia para percorrer tinha a pressão do facto de todas as minhas amigas que me acompanhavam serem bastante experientes nesta espécie de aventuras outdoor; eu nunca seria capaz de acompanhar o passo delas.

A Evie, que é uma espécie de mãe/irmã mais velha para mim e que me pergunta de 5 em 5 minutos se está tudo bem, tentou animar-me, disse que o passo dela também era super lento e até preferia ficar para trás para não atrasar a Orla, a Molly e a Olivia.


Às 13h10 fizemo-nos ao trilho. Começou logo com uma subida que na primeira curva me deixou a arfar. Eu ri-me por dentro para não chorar porque era só a primeira subida.

A Molly e a Olivia tomaram de imediato a dianteira, e a Orla depois de 5 minutos de conversa comigo e com a Evie juntou-se também a elas. Na nossa primeira paragem para fotografias ainda estávamos todas juntas, mas a partir daí dividimo-nos e eu e a Evie seguimos mais atrás.

Depois de tirar esta fotografia pensei: "bem, se não chegar ao fim também não é o fim do mundo, já tenho uma fotografia incrível"
O calor não foi necessariamente um incentivo durante a subida e a água na minha garrafa estava a desaparecer a um ritmo assustador.

A meteorologia neozelandesa é a definição de bipolaridade e imprevisibilidade. Comprei um casaco impermeável porque a previsão era chuva durante a subida mas o tempo esteve sempre entre sol e céu incoberto.

O trilho também era super inconstante, e de vez em quando tínhamos uma descida enorme para depois termos uma subida ainda mais inclinada.


A verdade é que à medida que íamos subindo a vista sobre o lago se ia tornando cada vez mais incrível. E o tempo estava cada vez com pior aspecto...


Houve uma altura em que eu e a Evia olhámos uma para outra e a exaustão era tal que ponderámos ficar por ali. Já tínhamos tido uma vista incrível, e olhávamos para cima sem fazer ideia de onde era o pico, se faltaria uma hora e meia ou mais três sempre a subir.


Depois desse pequeno devaneio a minha cabeça voltou ao lugar. Nunca fui de desistir em nada, sou uma péssima perdedora, e já estava a subir há tanto tempo, para morrer na praia? Nunca. Decidi que ia subir e ia mesmo, nem que demorasse mais meio dia e tivesse de parar a cada curva, eu ia ver o lago Wanaka de cima.

O nosso carro lá em baixo ia desaparecendo de vista
E os cumes cada vez mais perto

Passados uns 15 minutos cruzámo-nos com uma australiana no seu caminho de regresso à base que nos perguntou se estávamos com o outro grupo de três raparigas. Respondemos afirmativamente e perguntámos se ela achava que ainda faltava muito para o topo. Ela respondeu que em meia hora estavamos lá e finalmente apontou-nos para o pico. Agora já sabíamos com o que podíamos contar e gerir as nossas expetativas. Seguimos em frente, agora com um passo muito mais firme e determinado.

E ao fim de 2h45m, chegámos...


Foi um sentimento de realização incrível poder admirar aquela vista e saber que tinha chegado até lá pelo meu próprio pé.


Não tinha sentido fome o caminho todo, e na realidade acho que nem tinha fome quando cheguei, mas o momento estava mesmo a pedir chocolate para acompanhar o sabor da vitória.

Rimo-nos imenso com esta fotografia
Em 2015 decidi parar de comer chocolate durante um ano. Em 2016 tive um início lento no regresso ao consumo. Na austrália comi alguns muffins, crepes e quês, mas chocolate em tablete era algo que eu não comia há um ano e muito. Já nem me lembrava bem o prazer que dava, e deve ser por isso que esta tablete soube-me a uma das melhores de sempre. Cadburry de chocolate de leite como não podia deixar de ser (a fábrica da Cadburry fica em Dunedin). Desapareceu em tempo record.

Registei o momento com a Polaroid que fiz questão de carregar até ao topo

Depois de meia hora no pico e tiradas todas as fotografias era tempo de regressar.

No caminho para baixo vim eu à frente (porque para descidas estava eu pronta). Ainda assim levámos 1h30 a descer. Pelo caminho fui apreciando de novo a paisagem e observando a fauna local, que são basicamente rebanhos de ovelhas.


Eram 17h40 quando entrámos na estrada de volta para Wanaka. Era tempo de fazer os últimos abastecimentos e de celebrar a nossa conquista. 

Estacionámos no parque de estacionamento do New World (maior cadeia de supermercados neozelandesa), descálçamo-nos e como verdadeiras kiwi entrámos no supermercado descalças. Cá é totalmente aceitável e até uma atitude bastante típica. Os meus pés agradeceram.

A Molly e a Orla são as mais divertidas e malucas e exigiram um cocktail pós-subida para celebrar. Eu acompanhei mas não bebi nada. Estava morta de cansaço e sabia que o álcool ia entrar de forma agressiva no meu sistema, além disso precisavamos de alguém para conduzir até ao parque de campismo.


Findos os cocktails, peguei no carro. Não perdi o treino da Austrália e a minha condução até foi bastante elogiada. O caminho era cheio de curvas super apertadas em descidas super íngremes e por isso tentei ir sempre a cumprir o limite de velocidade.

No caminho parámos para ver o pôr-do-sol que estava inacreditável (a fotografia não faz justiça nenhuma)
O GPS (supostamente) estava programado para nos conduzir até ao nosso campsite onde pernoitaríamos com os membros do tramping club, mas, ao fim de uma hora de caminho, acabámos numa bomba de gasolina em Queenstown.

A Molly e a Orla entraram para pedir indicações. Afinal ainda estávamos a 60Km de distância de onde deveríamos estar, ou seja, mais uma hora de viagem. Estava a morrer de cansaço mas preferi não confiar o volante a mais ninguém e seguimos caminho.

O caminho era super escuro, as indicações eram poucas e haviam animais (mortos e vivos) na estrada por todo o lado. Pelo que elas me explicaram, a espécie mais comumente morta nas estradas daqui, os possums, não são uma espécie local e por isso os kiwis não se importam (e até agradecem) que os matem. Eu estive muito perto de acertar em dois ou três mas consegui sempre evitá-los. A quantidade das vítimas à beira da estrada era mesmo impressionante.

Ao fim de uma hora a conduzir demos com uma estrada de gravilha. Estávamos definitivamente no sítio errado. Eu estava bastante calma a fazer a inversão de marcha, mas elas nos bancos de trás estavam em pânico, o que não me estava a deixar nada segura. Meia dúzia de telefonemas depois entrámos na estrada certa.

Cerca de vinte minutos depois, mais um momento de pânico. Numa biforcação decidimos entrar pelo caminho que dava para uma propriedade privada pois achávamos que o parque de campismo era efetivamente uma propriedade privada. Errado. Era mesmo a propriedade privada de alguém, com celeiros e tractores e habitação própria.

Mais uma vez eu continuava a ser a mais calma ao volante. O facto de estar a viajar com duas americanas onde qualquer quinta privada é sinónimo de armas e tiros contra desconhecidos, estava a causar o caos no banco de trás. Decidi só fazer inversão de marcha mais uma vez e regressar à estrada.

Parámos na biforcação enquanto a Olivia tentava falar com alguém do tramping club. Para ajudar à festa o nosso carro estava prestes a entrar na reserva de combustível. Eu respirei fundo e espreitei o céu pela janela. A escuridão em terra proporcionou-nos uma vista incrível. Não sei se tão boa ou melhor que a que tinha tido em Byron Bay umas semanas antes. 

De regresso à realidade, seguimos pela outra estrada, pois afinal estávamos na biforcação certa e em menos de 10 minutos chegámos. Nesses 10 minutos começou também a chover torrencialmente. Montar a tenda à chuva foi outra aventura.

Eu como era a mais inexperiente, fiz pouco mais que cravar as estacas no chão e deixei as especialistas no assunto tratar do resto.

Eram 23h, talvez meia noite, quando entrámos todas dentro da nossa tenda para "jantar". O meu jantar foi arroz branco e frio, mas soube-me a pato. Não comia desde a tablete de chocolate e só queria dormir.

Antes de terminarmos ouvimos vozes conhecidas, o Garrett e o Sam tinham chegado com o tramping club e montaram a tenda deles ao lado da nossa.

Tomei banho em toalhitas, vesti o pijama e enfiei-me no saco-cama. Estava a ferver, não sei se da adrenalina ou entusiasmo, mas o calor passou rápido. A meio da noite, acordei cheia de frio. Tinha a sweatshirt a fazer de almofada e preferi manter esse conforto em vez de a vestir... Claramente não foi uma escolha muito inteligente pois dormi muito pouco ou nada durante o resto da noite.

GLENORCHY


Como tínhamos montado o nosso mini acampamento na escuridão total, a manhã seguinte foi tempo para apreciar aquilo que nos rodeava.


Mas não por muito tempo. Às 8h30, eu, a Evie, a Molly e a Orla, fizemo-nos à estrada pois a Orla tinha uma entrevista via skype ao meio dia e queria certificar-se que encontrava um café sossegado. A Olivia acompanhou o pessoal do tramping club para mais um trilho.


Não se percebe, mas é uma cascata

QUEENSTOWN

"With a smorgasbord of outdoor activities, Queenstown is the home of the ultimate adventure bucket list."


À parte da entrevista da Orla, não tínhamos o dia planeado. Chegámos e começámos a veranear. A caminho do centro demos de caras com uma feira de artesanato.





Apesar de termos comprado imensa comida, viemos para a cidade com o intuito de tomar um pequeno almoço mais composto. Procurámos um café e acabámos num que se pode encontrar em várias partes da Nova Zelândia, o Patagonia, que além de servir café é também uma chocolateria.



À porta prometia wi-fi gratuito, mas a internet era péssima, e eu que estava a ficar sem dados no telemóvel estava a começar a panicar. Além disso, não serviria para a entrevista da Orla.

Acabámos o pequeno-almoço super cedo; ainda nem eram 10h. A maioria das lojas ainda se encontrava fechada e por isso continuámos só a passear pelas ruas e a procurar um sítio mais calmo para a entrevista.



Assim que as lojas começaram a abrir começámos a entrar para espreitar. A Orla até comprou roupa para a entrevista por isso ainda demorámos algum tempo.


Dado ser a capital mundial dos desportos radicais, em Queenstown não faltam as lojas de montanhismo mais comum (Kathmandu, Macpac e The North Face), mas existem ainda lojas de marca de surf (como a Billabong, Rip Curl, etc...) e outras lojas de material de desporto (Lululemon, Adidas, entre outras tantas). Passeámo-nos por todas até serem 11h. Nessa altura encaminhámo-nos para um pequeno centro comercial onde havia um cyber cafe.

Com meia hora de antecedência estava tudo pronto e arranjado para a entrevista, e eu que tinha ficado sem dados móveis aproveitei para ir à minha operadora (Spark) mudar de tarifário.

Se em Cascais/Lisboa, meu "habitat natural", sou totalmente dependente do meu telemóvel e dos meus 3GB, estava fora de questão para mim, ainda por cima com a agravante de ter de estar sempre ligada ao outro lado do mundo, deixar de ter pelo menos essa quantidade de dados móveis disponível (e até a esse dia só tinha 500MB).

O rapaz que me atendeu ficou fascinado comigo. Não parava de elogiar o meu passaporte, de fazer imensas perguntas sobre Portugal e questionar a minha escolha de vir para a Nova Zelândia. Deu-me a password da internet da loja para não termos de pagar wi-fi no cyber cafe, e no final, depois de eu ter escolhido o meu tarifário (que incluía 2,5GB de dados, chamadas e mensagens ilimitadas para a NZ e AUS e Spotify Premium), ligou para a Molly (o meu telemóvel estava sem rede por causa da mudança) a avisar que dado o tempo que seria necessário até ter serviço novamente, eu teria 2GB extra todos os meses como oferta. 4,5GB todos os meses? Ganhei o dia.

Nisto, a Orla terminou a sua entrevista que lhe tinha corrido super bem e era hora de almoço.

Elas as três decidiram comer tacos num mexicano, como eu sou mais esquisitinha optei por ir ao Slice Pizza.


Continuávamos à deriva sem planos, por isso regressámos ao relvado central para ouvir o concerto ao vivo que por lá acontecia e espreitar com mais atenção a feira de artesanato. 

Pelo caminho parámos no Patagonia para comer um gelado.




Já tínhamos dado várias voltas pela cidade e ainda tínhamos algum tempo até ser hora de jantar por isso decidimos fazer-nos à estrada que nos levava de volta ao acampamento e parar pelo caminho para apreciar o que achássemos que valeria a pena.

A primeira paragem foi para mergulhar no lago Wakatipu.



Elas além de não se terem esquecido do fato de banho (erro de principiante meu), entusiasmaram-se um pouco a tirar fotografias.


Após uma viagem mais longa que o costume chegámos ao nosso acampamento. A maioria do tramping club também se encontrava no local e por isso aproveitámos para explorar as redondezas que incluíam o rio de Glenorchy.



Fotografia preferida do dia

Da esquerda para a direita: Orla, Evie, eu e a Molly
Ainda nos divertimos um pouco


Depois destas brincadeiras todas começou a chover e voltámos para jantar nas nossas tendas.
Convivemos mais um pouco com o pessoal do tramping club mas adormecemos cedo.

No dia seguinte, foi altura de desmontar tendas, arrumar tudo e voltar para Queenstown. A Orla e a Molly tinham o seu salto de bungy jump às 12h50, por isso desta vez fizemos tudo com mais tempo.

Parámos para tirar fotografias:




E seguimos de novo para o centro da cidade. 

Desta vez não havia feira de artesanato. Decidimos tomar um pequeno-almoço grande porque só voltaríamos a comer após o salto. Parámos num café mais fancy chamado Ivy and Lola's Kitchen + Bar e comemos que nem rainhas.

Quando terminámos ainda faltavam 50 minutos, como estava sol, sentámo-nos no relvado a absorver alguma vitamina D.


Quando chegou a hora encaminhámo-nos para a recepção do bungy. A Evie e a Olivia não quiseram vir. A Evie tinha comprado a subida de teleférico e o luge, e a Olivia quis ficar a visitar a cidade.



Eu paguei 15NZD para ir com a Orla e a Molly e vê-las saltar (ainda não foi desta que saltei, mas espero poder fazê-lo em breve, pois depois de as ver o que não me falta é vontade).


Às 13h20 chegou o autocarro para nos levar. Fizemos uma viagem de 40 minutos até ao local do salto, mas pelo caminho apreciámos paisagens incríveis.








A Orla e a Molly foram logo das primeiras a saltar. Eu fiquei de fora a morrer de inveja.





Depois dos saltos, fizemos a viagem de volta. O tempo esteve sempre impecável, contrariamente aos dois dias anteriores.


Para celebrar, encontrámo-nos com a Evie e a Olivia, e terminámos a nossa estadia em Queenstown com uma visita à hamburgueria mais famosa da cidade, FergBurger





Mais uma vez, e como é norma por estes lados, o hamburguer era enorme e delicioso.

Fizemos a nossa última caminhada perto do lago até ao nosso carro, e fizemos o caminho de volta para Dunedin. Eu sonhava acordada com um duche quente e a minha cama com lençóis lavados.


4 a 6 de Mar