quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

a 35 000 pés com a Emirates

Avisaram-me, desde o início, para que não criasse expectativas sobre esta experiência, mas com tanta publicidade e referências, pensei que os voos marcados numa companhia aérea que é mencionada como uma das melhores do mundo não seriam motivo de decepção.

Claro que, com as altas expectativas, vêm altas decepções.

Ao todo foram 22 horas de voo. 7h45 de Lisboa para o Dubai e 14h15 do Dubai para Brisbane. 

O primeiro voo ia surpreendentemente vazio. O avião estava organizado num esquema de 3-4-3 lugares e existiam várias filas centrais de 4 lugares totalmente desocupadas. 
Eu e a Madalena optámos por nos mantermos nos nossos lugares enquanto o Pedro e o Leo ocuparam essas filas o mais rápido que conseguiram. Estava preocupada com o jet lag e em seguir os fusos horários do outro lado do mundo para me custar menos à chegada e por isso não tencionava dormir, não precisava de ir a ocupar os 4 lugares. 
Restava-me então o entretenimento disponível a bordo. Este avião tinha uma aparência recente e todos os passageiros tinham um ecrã e um comando táteis para ver filmes/séries e/ou jogar jogos. 
Comecei a navegar pelo sistema (ICE) e tudo corria mais ou menos bem... Apesar do meu comando  avariado, o ecrã foi suficiente para ouvir o álbum mais recente do Justin Bieber, da Adele e dos Coldplay. Ainda cheguei a começar a ver um filme mas tive de desistir passado pouco tempo porque o meu ecrã decidiu deixar de funcionar e de mostrar a imagem completa.
Aguentei uma hora/hora e meia a ouvir música do meu iPhone (pontos positivos para a disponibilidade de carregar dispositivos com cabo USB) mas ao fim desse tempo desisti e decidi ocupar outro dos (tantos) lugares disponíveis. O problema se calhar foi a minha pontaria, mas já estava super confortável e instalada quando reparei que o lugar que tinha escolhido não deixava retirar o comando para o usar.
Em termos de refeições, por termos escolhido lugares nas traseiras do avião, já não tivemos opção de escolha dentro das alternativas que vinham no menu. A nossa primeira escolha seria o frango assado mas tivemos de nos contentar com (um muito exótico) borrego em molho de alperce e romã com arroz.
No final deste primeiro voo não era fã mas também não sentia que a experiência fosse suficiente para tecer críticas muito duras.

Já o segundo, com quase o dobro da duração, foi mais que suficiente para esclarecer todas as dúvidas. Ao contrário do primeiro, este estava lotado. O Pedro nem conseguiu mudar de lugar para perto de nós. Os assentos tinham ainda menos espaço entre cada fila (os do primeiro já eram bastante apertados) e o avião (Airbus 380) e os seus sistemas de entretenimento eram claramente mais antigos. 
Consegui ter reservado um lugar que mais uma vez não permitia remover o comando para controlar o ecrã... (Eu avisei que tinha pontaria). De referir também que o wi-fi a bordo é, permitam-me a expressão, o maior jajão. Não funcionou, nunca.
Nas duas refeições que fizemos a bordo (almoço e pequeno-almoço), conseguimos mais uma vez ser dos últimos a escolher e, por esse motivo, a ficar limitados às "sobras" do resto dos passageiros: bife com cogumelos e puré de polenta com feijão verde e cenoura ao jantar e omelete de queijo ao pequeno-almoço. O almoço soube-me bem, apesar de pouco conhecedora de polenta e das suas formas de confecção, mas nem me atrevi a tocar no tabuleiro do pequeno-almoço. Valeu-me a pizza que serviram como snack a meio da noite.

O balanço final não foi, de todo, o esperado. Desde as falhas no sistema de entretenimento, à falta de espaço e conforto e às limitações no serviço de refeições, só consegui encontrar lacunas no serviço. Já fui (muito) melhor servida em viagens de longo curso, nomeadamente, pela TAP, e por isso não consigo evitar sentir-me desapontada.

(A Madalena subscreve a minha opinião, sobretudo no ponto de não ter podido comer frango sempre que quis.)

As próximas aventuras aéreas serão em território australiano numa companhia low cost. Mais tarde farei o balanço dessas.

Por agora vou dedicar-me a visitar Brisbane. Ainda nem acredito que estou na Austrália.

J

Sem comentários:

Enviar um comentário