sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

GOLD COAST #1


"The Gold Coast is a metropolitan region south of Brisbane on Australia’s east coast, famed for its long sandy beaches, surfing and elaborate system of inland canals and waterways."


Não sei bem como fazer referências temporais. Hoje (sexta-feira, dia 12) acordei às 4h30 e não consegui dormir mais. Continuei a fazer umas alterações pelo blog e a escolher o que queria fazer pela Gold Coast, enquanto a Madalena, o Leo e o Pedro dormiam que nem pedras desde as 22h. Foi mau porque não dormi o suficiente, mas foi bom porque deu para pôr a conversa em dia(/noite?) com o outro lado do mundo.

Às 6h da manhã desisti. Vesti-me e atravessei a rua para ir ao McDonald’s comprar o pequeno-almoço. Mais 3 dólares em café e 2 num scone (um bocado empazinado, mas sempre uma melhor opção que começar o dia a comer um muffin de chocolate qualquer).
Já lá tinha ido ontem, mas mesmo assim verifiquei 20 vezes o lado da estrada que vinham os carros. Acreditem, eles aparecem de onde menos esperamos e quando mais temos a certeza de que não é esse o sentido do trânsito.


Tomei o pequeno-almoço às escuras para não os acordar, entreti-me mais um pouco pela internet até o despertador tocar às 8h.

Tínhamos planeado estar prontos para sair às 10h. O plano era apanharmos um taxi até à estação de comboio de Windsor, ir de comboio até à estação mais próxima da Gold Coast e apanhar um taxi até ao hostel. Isto ia-nos custar (pensavamos nós) uns 35AUD e cerca de 2h30m em viagem.
Numa reflexão de última hora, e não fôssemos nós futuros economistas, começámos a calcular custos de oportunidade. Ter 4 malas de 30kg atreladas a nós estava-nos a estragar o esquema todo. E começamos a avaliar a opção de largarmos mais alguns dólares para poupar tempo e ganhar algum conforto.

Assim, fomos procurar ajuda na receção do hotel, onde nos disseram que a viagem nos custaria cerca de 250AUD, mas já tínhamos definido que não queríamos gastar mais que 50AUD casa. Ainda tentámos ver se existia algum Uber mas não havia nenhum carro disponível com dimensões suficientes.

Até que, nisto eram 10h30 e ocorreu-me uma ideia. Na altura pareceu-me um pouco ousada e inconcretizável mas surpresa das surpresas foi o que acabou por acontecer.

O nosso itinerário previsto (e já reservado) era (e é): Brisbane (1 noite) – Gold Coast (2 noites) – Byron Bay (1 noite) – Brisbane (1 noite) (continua, mas não interessa para o caso).

Por isso, lancei para o ar a ideia de deixar as malas neste primeiro hotel e levar só mochilas/sacos para a estadia pelas zonas costeiras. Não tinha lata para sugerir isso, mas é para estas situações que existe o Pedro que perguntou logo à cara podre se não era fazível. O rececionista foi a pessoa mais prestável de sempre e disse logo que não havia problema nenhum, que as guardava sem problema. (Moral da história: quem tem boca vai a Roma, neste caso à Gold Coast e a Byron Bay sem o stress de carregar malas atrás para quartos de hostel de 3 metros quadrados).

Às 11h apareceu o nosso taxista. Pedimos-lhe que nos levasse à estação de comboio e ele ficou todo reticente. Perguntou-nos para onde íamos e assim que lhe dissemos começou a regatear connosco o preço da viagem. Aqui ficou claro que o Pedro pode ter muita conversa para umas coisas, mas regatear não é com ele.
Em vez dos iniciais 250AUD conseguimos que ele nos trouxesse por 190AUD. Eu, a Madalena e o Leo não ficámos muito satisfeitos, acreditamos que ele era capaz de nos ter trazido por 160AUD... Mas aprendemos a lição. (Mais tarde descobrimos que podíamos ter apanhado um comboio por 9AUD... ... ... mas não falemos de coisas tristes).


Uma hora de viagem e ao meio dia estávamos na tão famosa Gold Coast, cidade anfitriã da primeira etapa do circuito mundial de surf que eu nunca algum dia sonhei que viria a visitar. 

O táxi deixou-nos mesmo à porta do hostel (Gold Coast Backpackers) e para nossa surpresa, ficava mesmo do outro lado da rua do Sky Point, que tivemos a oportunidade de visitar durante a tarde.

Fomos recebidos por um recepcionista indiano. 

O hostel vale o que custa (à parte de estar a escrever este texto e saber que só o vou conseguir publicar de manhã porque para além de as áreas comuns estarem fechadas entre as 22h e as 7h, desligaram a internet assim que chegámos).

O quarto é o típico de hostel, mas também só serve para dormir, por isso não é muito crítico. Tudo serve para nos multarem aqui: se tomarmos banho e o vapor do duche accionar o alarme de incêndio, a multa serão 1500AUD. Conclusão: tomámos todos banho de água fria (os 30ºC que se fazem sentir na rua ajudam neste ponto).

Visto o quarto e abandonadas as malas fomos almoçar Subway do outro lado da rua. 

Já aceitei o facto de que não vou conseguir comer bem, pelo menos durante estas férias... Abusei e comi uma sanduíche foot long de frango e uma cookie de chocolate (para os que acompanharam a minha jornada de um ano sem chocolate, penso que está oficialmente terminada; a Joana está de volta ao reino do cacau processado), ou seja, comi mais que o Pedro e o Leonardo juntos... Não vou comentar o meu apetite paranormal por estes lados.


Tínhamos definido que queríamos ir ver umas quedas de água naturais por aqui, mas depois de uma caminhada de duas horas à procura de um posto de informação (o indiano da receção, apesar de prestável, foi um bocado inútil), em que demos com um mercado urbano meio alternativo (estava uma borboleta linda de morrer e do tamanho da palma da minha mão lá dentro; gostava de ter conseguido tirar uma fotografia mas ela não parava quieta) e fizemos uma visita a um supermercado (finalmente encontrámos um - a Madalena comprou DUAS maçãs por 2,2AUD, ou seja, 1,39€... E ficou a perceber que vai ter de vender um rim se quiser continuar a fazer o estilo de vida saudável).
  


A cidade pareceu-nos um misto de Vilamoura com Calpe. Dá ideia de que vêm para aqui grupos gigantes de finalistas e de pessoas mais jovens pela vida noturna e pelas praias. Vimos muitos bares, mini casinos e casas de strip tease.


(Um polvo a sair de um hotel acho que explica o espírito).
Lá demos com o ponto de informação, em que uma senhora super despachada nos apresentou as nossas opções, que seriam basicamente gastar 100AUD e um dia para ir para qualquer parque nacional. Como as nossas prioridades para o dia de amanhã são ver coalas e cangurus, afastamos essa hipótese. Recomendou-nos também fazer uma viagem de barco por um dos canais para visitar uma ilha mas como vamos fazer mergulho em Cairns, não ficámos muito convencidos. E por fim, que visitássemos o Sky Point

Como estávamos mesmo na rua principal da zona mais comercial do centro aproveitámos para espreitar umas lojas de surf que fazem justiça ao nome da zona em que nos encontramos: Surfers Paradise. Rip Curl, Roxy, Oakley... you name it, existem lá todas as conhecidas e mais algumas locais.


E claro está, tirámos as típicas fotografias em frente ao arco que assinala este sítio.


Estava a decorrer uma mini feira que acontece todas as quartas, sextas e domingos. Percorremos o paredão até ao final e constatámos que era a feira mais aleatória de sempre... Desde esculturas de mãos em cera, a placas de madeira... Tinha um pouco de tudo e um pouco de nada de interessante.


Resolvemos gastar o resto do final da tarde entre a praia e a visita ao Sky Point.

Como queríamos apanhar a cidade ainda iluminada, começámos pelo fim. Atravessámos a rua e comprámos os bilhetes (15AUD = 9,55€). Se disse que o Pedro não tinha jeito para regatear com taxistas, claramente compensou essa falha quando foi preciso dar conversa à australiana loirinha da bilheteira que queria os nossos 'Students' IDs'. A verdade é que o charme dele poupou-nos 10AUD a cada um.

Entrámos no elevador e subimos. Acompanhados por chineses, SEMPRE acompanhados por chineses. De tal forma que o acesso ao ponto mais alto do arranha céus estava condicionado devido a celebrações do ano novo chinês.

Não há bem palavras para descrever a vista lá de cima. Um misto de incrível com inacreditável. Um panorama que ao mesmo tempo incluía montanhas, lagos, casas, outros arranha-céus, e, claramente, praias... intermináveis extensões de praia.
Vou deixar as fotografias fazer o seu trabalho e falarem por si.





O resto da tarde foi passado a comer areia na praia. É verdade... Estava um pouco de vento. Fez-me lembrar casa e o Guincho (em dias maus). Mesmo assim ainda apanhámos uns raios de sol e molhámos os pés no Pacífico (pela primeira vez!). Surfistas... Nem vê-los. Eu e a Madalena começamos a acreditar que é tudo publicidade enganosa. Claro que sem ondas não estava à espera de ver uma multidão deles mas até agora não avistei australianos que correspondessem ao estereotipo (ou às expectativas).


Vimos o sol pôr-se atrás dos arranha-céus e apercebemo-nos que não devemos ver um pôr-do-sol sobre o mar durante algum tempo. Ficámos um bocado nostálgicos quando percebemos que estarmos a ver o sol pôr-se por aqui, significa totalmente o oposto em casa.

Eu e a Madalena abandonámos o Leo e o Pedro para vir matar o vício da internet. Já percebemos que vale mais a pena no início da noite e de manhã cedinho que é quando temos amigos com quem socializar e podemos atualizar os nossos feeds sem ver a mesma publicação do 9GAG oito vezes.


Saímos para jantar depois de tomarmos banho, em busca de um italiano para fugir às sanduíches e aos fritos. Depois de várias voltas pela zona central, de excluirmos umas vinte cadeias de comida de fast food e de uma passagem pelo Hard Rock, acabámos a jantar no Vapiano. Apesar dos preços um pouco inflacionados, valeu pela vista e pela pizza que era excelente (mais uma vez, fui a que comeu mais...).




No final ficámos divididos entre ir explorar o que a noite australiana tinha para oferecer e ir dormir cedo. Em geral, vimos grupos de amigos super arranjados e prontos para a noite, o único factor que não nos inspirou muita confiança foi o facto de a grande maioria aparentar uns 16 anos.


Eu e a Madalena preferimos voltar ao hostel para amanhã conseguirmos acordar cedo. Os rapazes foram mais curiosos.

Dado que a área comum está fechada, que acabamos de nos aperceber que o recepcionista desligou a internet e que estou à porta a escrever este texto não devemos tardar muito em adormecer.

Amanhã é dia de ver o sol nascer.

J

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

AUSTRALIA - RANDOM FACTS #1


Brisbane:

- o barco que transporta passageiros entre estações das duas margens do rio Brisbane, City Hopper, é gratuito;
- encontrámos poucos cafés;
- existem vários pontos da cidade (exteriores e interiores) com acesso wi-fi gratuito concedido pela câmara municipal de Brisbane;
- não vimos nenhum supermercado de grandes dimensões nem no centro da cidade nem nos subúrbios;
- alunos até ao ensino secundário usam todos farda para a escola (e na sua grande maioria as fardas são horrorosas com as saias sempre abaixo do joelho);
- o preço dos combustíveis aparece em cents em vez de dollars;
- todas as exposições regulares dos museus que eu disse que visitámos são gratuitas, apenas as temporárias são pagas;
- os bancos australianos não aparentam ter metade dos mecanismos de segurança dos portugueses (as portas são deslizantes e não há o sistema duplo de portas ou de passagem de cartão);
- tal como em toda a Austrália, os carros têm o volante à direita e conduz-se pela esquerda;
- os funcionários dos vários escritórios do centro da cidade têm como hábito juntarem-se num bar/restaurante depois do trabalho para conviver;
- não se vêem rotundas em lado nenhum, até ao momento só nos deparamos com cruzamentos;
- os locais são super atenciosos e esforçam-se ao máximo por nos ajudar.

BRISBANE

"Brisbane, capital of Queensland, is a big, modern city set on the Brisbane River."


Aterrámos pelas 6h15 mas só nos fizemos às ruas eram quase 10h. Passámos pelo hotel (Brisbane International Windsor) só para deixar a bagagem e seguimos pela avenida principal até ao centro.

Ainda não tinham passado 5 minutos quando parámos numa passadeira e demos de caras com uma aranha e respetiva teia, GIGANTES.
Este foi o nosso primeiro encontro com os tão falados e temidos animais australianos (potencialmente) perigosos. Parecíamos um bando de turistas chineses enquanto fotografávamos a pobre criatura, sempre receosos que esta se lembrasse de entrar numa missão que nos tivesse como alvo.

Depois desta excitação inicial, continuamos a caminhada de 40 minutos até ao centro. Foi uma forma de poupar dinheiro e conhecer as redondezas e acabou por se tornar uma surpresa agradável. Demos com uma garagem cheia de murais grafitados. 

Só depois de entrarmos é que percebemos que estávamos a invadir uma propriedade privada mas a proprietária foi super querida e disse que o sitio não era uma garagem mas sim uma galeria e que estávamos convidados para voltar na sexta-feira para uma festa em que as paredes iam ser regrafitadas. Agradecemos imenso o convite mas não contamos estar por estes lados nessa altura.

Houve surpresas não tão agradáveis pelo caminho. O Pedro ia entrando numa street fight com um drogado que disse que ele lhe tinha entornado café em cima. O Pedro nem lhe tinha tocado, por isso o que quer que seja que ele tivesse andado a tomar, estava a bater-lhe forte.
Fomos guiados por um velhinho (mais tempo do que esperávamos). Chegámos a um ponto em que não sabíamos se ele nos estava a acompanhar ou se, por mero acaso, estava a ir para o mesmo sitio que nós. 
Por entre essas dúvidas todas, fomos apreciando a dinâmica da cidade que tem um ar de centro financeiro, cheio de arranha-céus e edifícios (que, na minha opinião, e dadas as dimensões, pertencem a empresas com impacto no mundo).
Chegámos à beira-rio e depois de um passeio rápido, almoçamos numa esplanada com vista para o rio. A escolha (Chur Burger) foi excelente pela localização (esplanada em cima do rio), pelo preço (hamburger + batatas-fritas + bebida = 16AUD = 10,19€) e pelo prato em si, que estava excelente!


Depois de trocarmos o dinheiro que precisávamos para dólares australianos, decidimos ir visitar o outro lado do rio. Apanhámos um City Hopper e passamos para a outra margem, numa zona chamada South Bank.
(créditos para a Madalena pela fotografia)
À chegada demos logo de caras com um pequeno lago e jardim de homenagem a Confúcio. 
"It does not matter how slowly you go so long as you do not stop."
Depois de uma inspeção detalhada do lago, em busca de libelinhas azuis, seguimos pela ciclovia junto ao rio que nos levou a uma espécie de piscinas/praias artificiais municipais onde os locais aproveitavam para apanhar sol.
Aí decidimos parar porque o afinal o jet lag não é mito e precisávamos de repor os níveis de cafeína (no meu caso) e de álcool (no caso do Pedro).
Foi nessa paragem que eu bebi o café mais caro da minha vida... 4 dólares australianos por um expresso o que equivale a sensivelmente 2,55 euros. Até a cerveja do Pedro foi mais barata! Uma imperial por 3,5 dólares (=2,19 euros), o que ainda é caro! O café foi tão caro que até me caiu mal, mas histórias tristes não faço questão de registar.

Decidimos continuar a seguir o passeio junto ao rio e fomos dar a um complexo gigante de museus e a uma roda gigante, que depois descobrimos serem o Queensland Museum, a GOMA (Queensland Gallery of Modern Art), a State Library of Queensland e The Wheel of Queensland.
The Wheel of Queensland

Conseguimos ver o primeiro museu todo. Misturava história natural, herança cultural e ciência nos 4 pisos.



Depois fizemos uma pausa demasiado longa para café o que nos custou a visita ao GOMA que fechava mesmo em cima da hora em que entrámos. Só deu para ver umas três salas. Cada uma mais incrível que a outra.


Depois disto tudo já estávamos a morrer de cansaço e voltamos para o hotel de barco e táxi o mais rápido que conseguimos.

Os meus companheiros de viagem adormeceram e acordaram intermitentemente entre as 20h e as 23h. O Pedro acordou com fome e fomos ao McDonald's ao outro lado da rua (que consegue ser simultaneamente mais barato e mais caro que em Portugal - 3 chicken nuggets a 1,75€ e 1 Big Mac a 4,32€) buscar o nosso jantar.

Estivemos a (tentar) delinear um plano para o dia de amanhã e a arranjar uma forma de não gastarmos 70€ para chegarmos à Gold Coast. Segundo consta, eles lá conseguiram enquanto eu tomava banho porque quando voltei já estavam todos a dormir.

Estou a acabar de escrever e a definir sítios para visitar amanhã enquanto o sono não chega.

Estou constantemente a relembrar-me que estou na Austrália porque ainda não parece real. Talvez quando for fazer mergulho na barreira de coral me caia a realidade em cima.

Volto quando tiver novidades da Gold Coast para contar.

J

P.S. A minha intenção não era, de todo, publicar textos desta extensão, mas sinto que estou a viver cada pormenor com tanta intensidade que será uma pena se um dia mais tarde não me lembrar deles. 

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

a 35 000 pés com a Emirates

Avisaram-me, desde o início, para que não criasse expectativas sobre esta experiência, mas com tanta publicidade e referências, pensei que os voos marcados numa companhia aérea que é mencionada como uma das melhores do mundo não seriam motivo de decepção.

Claro que, com as altas expectativas, vêm altas decepções.

Ao todo foram 22 horas de voo. 7h45 de Lisboa para o Dubai e 14h15 do Dubai para Brisbane. 

O primeiro voo ia surpreendentemente vazio. O avião estava organizado num esquema de 3-4-3 lugares e existiam várias filas centrais de 4 lugares totalmente desocupadas. 
Eu e a Madalena optámos por nos mantermos nos nossos lugares enquanto o Pedro e o Leo ocuparam essas filas o mais rápido que conseguiram. Estava preocupada com o jet lag e em seguir os fusos horários do outro lado do mundo para me custar menos à chegada e por isso não tencionava dormir, não precisava de ir a ocupar os 4 lugares. 
Restava-me então o entretenimento disponível a bordo. Este avião tinha uma aparência recente e todos os passageiros tinham um ecrã e um comando táteis para ver filmes/séries e/ou jogar jogos. 
Comecei a navegar pelo sistema (ICE) e tudo corria mais ou menos bem... Apesar do meu comando  avariado, o ecrã foi suficiente para ouvir o álbum mais recente do Justin Bieber, da Adele e dos Coldplay. Ainda cheguei a começar a ver um filme mas tive de desistir passado pouco tempo porque o meu ecrã decidiu deixar de funcionar e de mostrar a imagem completa.
Aguentei uma hora/hora e meia a ouvir música do meu iPhone (pontos positivos para a disponibilidade de carregar dispositivos com cabo USB) mas ao fim desse tempo desisti e decidi ocupar outro dos (tantos) lugares disponíveis. O problema se calhar foi a minha pontaria, mas já estava super confortável e instalada quando reparei que o lugar que tinha escolhido não deixava retirar o comando para o usar.
Em termos de refeições, por termos escolhido lugares nas traseiras do avião, já não tivemos opção de escolha dentro das alternativas que vinham no menu. A nossa primeira escolha seria o frango assado mas tivemos de nos contentar com (um muito exótico) borrego em molho de alperce e romã com arroz.
No final deste primeiro voo não era fã mas também não sentia que a experiência fosse suficiente para tecer críticas muito duras.

Já o segundo, com quase o dobro da duração, foi mais que suficiente para esclarecer todas as dúvidas. Ao contrário do primeiro, este estava lotado. O Pedro nem conseguiu mudar de lugar para perto de nós. Os assentos tinham ainda menos espaço entre cada fila (os do primeiro já eram bastante apertados) e o avião (Airbus 380) e os seus sistemas de entretenimento eram claramente mais antigos. 
Consegui ter reservado um lugar que mais uma vez não permitia remover o comando para controlar o ecrã... (Eu avisei que tinha pontaria). De referir também que o wi-fi a bordo é, permitam-me a expressão, o maior jajão. Não funcionou, nunca.
Nas duas refeições que fizemos a bordo (almoço e pequeno-almoço), conseguimos mais uma vez ser dos últimos a escolher e, por esse motivo, a ficar limitados às "sobras" do resto dos passageiros: bife com cogumelos e puré de polenta com feijão verde e cenoura ao jantar e omelete de queijo ao pequeno-almoço. O almoço soube-me bem, apesar de pouco conhecedora de polenta e das suas formas de confecção, mas nem me atrevi a tocar no tabuleiro do pequeno-almoço. Valeu-me a pizza que serviram como snack a meio da noite.

O balanço final não foi, de todo, o esperado. Desde as falhas no sistema de entretenimento, à falta de espaço e conforto e às limitações no serviço de refeições, só consegui encontrar lacunas no serviço. Já fui (muito) melhor servida em viagens de longo curso, nomeadamente, pela TAP, e por isso não consigo evitar sentir-me desapontada.

(A Madalena subscreve a minha opinião, sobretudo no ponto de não ter podido comer frango sempre que quis.)

As próximas aventuras aéreas serão em território australiano numa companhia low cost. Mais tarde farei o balanço dessas.

Por agora vou dedicar-me a visitar Brisbane. Ainda nem acredito que estou na Austrália.

J

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Last call to

Estou a escrever este texto de antemão porque receio que me encontre num mar de lágrimas assim que efetivamente for feita a "última chamada".

Urge a necessidade de voltar atrás e pensar em como alinhei numa loucura destas. Que ingénua era quando resolvi saltar a pés juntos para esta loucura.

Seis meses do outro lado do mundo. (Logo seis, e logo no outro lado do mundo!)

Parecia tudo muito mais divertido e fácil há um ano atrás. Era uma realidade distante.

Não estou apreensiva ou arrependida, aliás, muito pelo contrário.

Sinto-me eternamente grata para com a vida que me está a proporcionar uma oportunidade destas, uma montanha-russa de emoções.

Grata pela minha família e amigos que me apoio(ar)am neste devaneio. Que acreditam mais que eu própria que sou capaz.

Tenho os melhores comigo, ainda que, a partir de hoje, os tenha um pouco mais longe. Levo-os todos em pensamento, prometo.

Certamente a iniciar seis dos melhores meses da minha vida, parto cheia de desejos, expectativas, receios e inquietações.

Até breve!

J